Rio -  Muito se tem discutido se é hora de vender ou comprar imóveis. São muitas indagações. Nos últimos quatro anos, em São Paulo e no Rio, os preços das residências aumentaram 140%. O Brasil ficou com o primeiro lugar no ranking das maiores altas, sendo o mais caro da América Latina. Em 2012, teve a segunda maior valorização de imóveis no mundo, aumento real de 19,79%.
Os preços chegaram ao topo, ou ainda há espaço para valorização? A combinação de fatores como anos de estabilidade econômica, renda em ascensão, inflação sob controle, queda histórica na taxa de desemprego e baixa das taxas de juros que facilitam o acesso ao crédito aumentaram a demanda por imóveis.
Além da lei da procura e da oferta, outro ponto que impulsionou a alta foram os custos de construção, com a escassez de mão de obra qualificada e perda de produtividade das construtoras, fora a alta no preço dos terrenos. Também se destaca que o aumento dos imóveis no Brasil foi uma atualização dos preços em relação ao que se cobrava mercado internacional.
Percebe-se hoje que o consumidor tem analisado melhor antes de comprar. Lançamentos que antes eram vendidos em um fim de semana hoje levam em média 60 dias. Outro aspecto importante é que, apesar da ascensão da renda, ela não acompanhou o aumento do preço dos imóveis. Em algumas regiões o imóvel custa o equivalente a 10 vezes a renda per capita da população.
Em curto prazo, verificamos um ajuste do mercado: com demanda moderada, construtoras lançam menos e entregam pontualmente, levando à estagnação e à queda dos preços. Não há de se ter quebra dos preços, visto que não houve especulação. A longo prazo, com a queda da taxa de juros e previsão de que o crédito imobiliário chegue a representar 14% do PIB, teremos novas altas nos preços dos imóveis.
Advogada, especialista em Economia da Construção e Financiamento Imobiliário

Fonte: O DIA